A
PepsiCo do Brasil fechou acordo para a compra da fabricante de biscoitos Mabel
por um valor entre R$ 800 milhões e R$ 900 milhões, segundo fontes próximas às
negociações. Com o negócio, a multinacional dá mais um passo para se consolidar
no mercado local de biscoitos, que em 2010 movimentou R$ 6,6 bilhões, segundo a
Nielsen. Além da PepsiCo, estavam na disputa pela empresa familiar a americana
Bunge e a mexicana Bimbo.
A
Mabel, que tem cinco fábricas (em Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro,
Sergipe e Santa Catarina), pertencia à família do deputado federal Sandro Mabel
(PMDB-GO). O fundo de private equity do banco Icatu tinha uma participação de
40% na empresa desde 1999.
A
companhia, fundada por imigrantes italianos em 1953, já esteve à venda antes,
há cerca de dez anos. Na época, o banco Goldman Sachs foi contratado para achar
um interessado. A PepsiCo, segundo fontes de mercado, já havia se interessado
pela empresa, mas o negócio não foi fechado e os donos dacompanhia desistiram
de vendê-la.
A
Mabel, conforme dados da própria empresa, está entre os cinco maiores
fabricantes de biscoitos do País, com capacidade para produção de 1,5 milhão
pacotes de unidades por dia, que são vendidos em mais de 140 mil pontos de venda
em todo o Brasil. Hoje, a Mabel produz mais de 150 itens diferentes entre
biscoitos, torradas e salgadinhos.
A
diversificação vem para atender à demanda do mercado, já que o segmento de
salgadinhos - que movimenta R$ 3 bilhões por ano - cresceu 10,1% no primeiro
semestre de 2011, enquanto o de biscoitos teve retração de 1,9% no mesmo
período.
Diversificação.
Para a PepsiCo, a compra é estratégica para ampliar a distribuição de sua linha
de biscoitos em todo o País, já que a Mabel tem fábricas localizadas em cinco
Estados. A aquisição é mais um passo na estratégia da PepsiCo para diversificar
seu portfólio e depender menos da linha de refrigerantes.
Em
2007, a empresa havia comprado a paulista Lucky, que fabrica o salgadinho
Torcida. Em comum, Lucky e Mabel têm a prática de preços competitivos, que
atrai o consumidor da classe C.
A
subsidiária brasileira da PepsiCo tem sido pressionada pela matriz, em
Purchase, nos Estados Unidos, depois que episódios recentes atingiram a imagem
da companhia (a contaminação do achocolatado Toddynho e a falta de produtos
durante a promoção "Pepsi em Dobro").
Por
isso, a filial vem concretizando negócios que a matriz havia determinado que
fossem fechados há mais de três anos. Um deles foi a venda da linha de pescados
Coqueiro, fechada somente no mês passado com a Camil, por valor não revelado.
Empresas.
Em Aparecida de Goiânia, onde fica a sede da Mabel, o dia foi movimentado
ontem. Sandro Mabel passou o dia na fábrica, mas não atendeu o celular.
Procurada pela reportagem, a PepsiCo limitou-se a dizer que está sempre
"buscando oportunidades no mercado" e não comentou o assunto.
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