segunda-feira, 19 de junho de 2023

Reforma Tributária - Mitos e Verdades

A tributação no Brasil é complexa e burocrática, com uma grande variedade de impostos, taxas e contribuições que dificultam a vida das empresas e dos cidadãos. A reforma tributária é um tema recorrente na agenda política do país, com a finalidade de simplificar a tributação e torná-la mais justa e eficiente. 

A principal proposta de reforma tributária que tramita no Congresso Nacional atualmente são as PECs 45/2019 e  110/2019, que unificam vários impostos em um único imposto sobre bens e serviços, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). As PECs preveem a extinção de tributos como o ICMS, IPI, PIS, COFINS e ISS.

Esses tributos serão substituídos por um ou dois impostos sobre o valor adicionado (IVA). A reforma contempla também a criação de um imposto seletivo (IS) para desestimular o consumo de produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente

A grande diferença entre as duas propostas é que na PEC 45 a substituição é feita por um único imposto sobre o valor adicionado (IVA Único) e, na PEC 110, por dois (IVA Dual).

O IVA Único proposto na PEC 45 tem o nome de Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e é compartilhado por União, estados e municípios. Já o IVA Dual proposto na PEC 110 é composto por uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), federal, e um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), subnacional, a ser gerido de forma compartilhada entre estados e municípios.

A simplificação de tributos é um ponto crucial na reforma tributária, visto que a complexidade das normas fiscais e a dificuldade na apuração dos impostos acabam gerando custos adicionais para as empresas e consumidores. A proposta do IBS permitiria a eliminação da cumulatividade de impostos, evitando a incidência de impostos em cascata, o que seria benéfico para a economia e a competitividade das empresas brasileiras.

Outro tema importante na reforma tributária é a redução da carga tributária, que está entre as mais elevadas do mundo. A proposta do IBS prevê uma alíquota uniforme para todo o país, o que reduziria a discrepância entre as alíquotas dos diversos tributos vigentes atualmente. Além disso, a reforma tributária poderia permitir a simplificação do sistema de tributação de lucros e dividendos, corrigindo distorções como a dupla tributação sobre o mesmo lucro.

De Acordo com notícia divulgada no site: (ig.com.br), apenas 14% dos brasileiros dizem conhecer o tema. No entanto, se essa afirmação for verdadeira, pode ser preocupante em relação à falta de consciência pública sobre questões financeiras e tributárias em todo o país. É importante que os governos e líderes políticos aumentem a conscientização sobre esses tópicos para ajudar na tomada de decisões informadas. Além disso, pode ser necessário tornar as informações tributárias mais acessíveis e compreensíveis ao público em geral.

 Abaixo alguns MITOS OU VERDADES sobre a Reforma Tributária:

ERRADO 

CERTO

A reforma tributária vai acabar com os empregos.

A reforma vai gerar um crescimento adicional da economia estimado entre 12% e 20%, num período de 10 a 15 anos.

Isso significa em média R$ 470,00 de renda a mais, por mês, para cada brasileiro, assim como 12 milhões de novos empregos.

A reforma vai aumentar a carga tributária.

As duas propostas apoiadas pelo governo federal – PECs 45/2019 e 110/2019 – contêm travas que asseguram que a carga tributária total sobre o consumo não aumentará.

A reforma vai criar mais impostos.

A reforma vai substituir cinco impostos extremamente complexos – PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS – por um ou dois impostos muito simples sobre o valor adicionado (IVA) e um imposto seletivo sobre produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente.

O sistema tributário vai ficar mais complexo.

O sistema tributário vai ficar muito mais simples, porque a reforma diminui a quantidade de tributos e define regras harmônicas entre eles.

A reforma tributária vai gerar inflação.

Ao eliminar distorções e possibilitar uma melhor organização da atividade econômica, a reforma reduzirá custos dos empresários e com isso permitirá a redução de preços ao consumidor final.

A reforma tributária vai beneficiar os mais ricos

Muito pelo contrário. A reforma vai beneficiar todos os brasileiros, mas sobretudo os mais pobres, cujo consumo hoje é mais tributado que o dos mais ricos.

A reforma não só vai eliminar essa distorção, mas também possibilitar a devolução, em dinheiro, de parte do imposto pago pelos mais pobres, através de um mecanismo de cashback.

A classe média, mais uma vez, vai pagar o pato

A reforma vai beneficiar a todos os brasileiros, inclusive a classe média. Milhões de empregos serão gerados e o poder de compra da população vai aumentar.

Além disso, o novo modelo trará mais transparência. Os brasileiros finalmente vão saber o quanto pagam de impostos e poderão cobrar de seus governantes a boa aplicação desse dinheiro.

A reforma vai acabar com o Simples Nacional.

O Simples Nacional será mantido e as micro e pequenas empresas (MPEs), caso lhes seja mais favorável, poderão optar pela apuração do IVA pelo sistema de débito e crédito.

Ou seja, a reforma tributária também será positiva para a MPEs!

A reforma vai acabar com a Zona Franca de Manaus.

Os empregos gerados pela Zona Franca de Manaus e a preservação da Amazônia estão assegurados.

Qualquer mudança no modelo atual da Zona Franca de Manaus será construída em conjunto com representantes do estado do Amazonas.

A reforma tributária vai prejudicar os estados e os municípios brasileiros.

A reforma reduzirá desigualdades regionais, beneficiando 98% dos municípios e sendo positiva ou neutra para 100% dos estados.

Isso porque a reforma prevê um processo de transição suave entre os entes federativos (imperceptível para as empresas e as pessoas) e um o mecanismo de compensação, além de proporcionar o crescimento adicional da economia.

A reforma tributária vai prejudicar o setor de serviços.

Estudos apontam que, mesmo num cenário conservador de impacto positivo da reforma sobre a economia, o setor de serviços terá crescimento adicional de 10%.

Os serviços de meio de cadeia – aqueles prestados a empresas – terão redução de custo, pois os prestadores desses serviços passarão a se creditar dos impostos pagos por seus fornecedores e transferir integralmente o crédito para os tomadores de seus serviços.

Os serviços enquadrados no SIMPLES continuarão com as mesmas regras e ainda serão beneficiados com a redução do valor de seus insumos.

Além disso, serviços como saúde e educação, que têm importante função social, devem receber um tratamento favorecido.

A reforma tributária vai prejudicar o agronegócio

Estudos apontam que, mesmo num cenário conservador de impacto positivo da reforma sobre a economia, o agronegócio terá crescimento adicional de 11%.

Pequenos produtores rurais, que representam 90% dos estabelecimentos agropecuários, receberão tratamento favorecido.

E o exportador de produtos agropecuários também será muito beneficiado pela reforma! Hoje, os resíduos tributários – impostos invisíveis embutidos no preço dos insumos – representam cerca de 12% do preço dos produtos agropecuários exportados pelo Brasil.

A reforma vai eliminar esses resíduos tributários e vai reduzir significativamente o custo da burocracia e de disputas administrativas e judiciais relacionadas a tributos.

A reforma tributária só beneficiará a indústria

A reforma tributária beneficiará a todos os setores econômicos e a todas as esferas da federação (União, estados e municípios), mas beneficiará principalmente, o cidadão brasileiro.

O setor industrial defende a reforma porque é um dos maiores prejudicados pelo sistema tributário atual, em especial pela cobrança dos impostos em cascata ao longo das etapas do processo produtivo (cumulatividade) e pela cobrança do imposto por dentro (quando o imposto compõe a base de cálculo dele mesmo).

Essas características perversas serão eliminadas com a reforma tributária, fazendo com que os produtos brasileiros voltem a competir em pé de igualdade com os importados, gerando mais empregos e renda para os brasileiros.

A matéria ainda não foi debatida o suficiente

A reforma tributária da base consumo está em discussão há 35 anos.

Só nos últimos quatro anos, foram realizadas centenas de debates públicos, reuniões e eventos sobre as PECs 45 e 110, tanto no Congresso Nacional quanto no meio acadêmico.

O modelo de IVA proposto está presente em mais de 170 dos 193 países do mundo. É simples, transparente, justo e moderno.

A reforma tributária está madura para ser deliberada pelo Congresso Nacional, com o apoio do Governo Federal.

 

Em resumo, a reforma tributária é uma medida importante para tornar a tributação brasileira mais justa, eficiente e simplificada. A proposta do IBS traz mudanças significativas, mas é preciso ter atenção para garantir que a transição seja realizada de forma adequada e que as mudanças não prejudiquem os brasileiros.

* Quer saber mais sobre a Reforma Tributária: Reforma Tributária — Ministério da Fazenda (www.gov.br)


Publicação: 

Ademilton Arantes - @ademiltonarantes1

AFA EXPERT OFFICE CONTÁBIL TRIBUTÁRIA & FINANÇAS

VALLORUM BR AUDITORIA E CONSULTORIA




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