terça-feira, 8 de novembro de 2011

Bolsa perde mais de 22 mil pessoas físicas no ano


O número de contas de investidores pessoas físicas no mercado acionário recuou pelo quinto mês consecutivo em outubro. Segundo relatório divulgado pela BM&FBovespa ontem, o total de contas desse segmento de aplicadores somou 588.568 no mês passado - quase 5 mil a menos do que os 593.311 registrados em setembro. Isso significa que, apenas neste ano, a bolsa perdeu mais de 22 mil contas de pessoas físicas, já que havia iniciado o ano com 610.915 contas.
Essa redução fez com que esse tipo de investidor perdesse espaço no pregão. Os números mostram que os pequenos aplicadores movimentaram o equivalente a 20,4% do mercado à vista em outubro, ante 22,95% no mês anterior. Já os estrangeiros mantiveram a liderança, com participação de 35,9%, ante 33,78% em setembro. Na segunda posição, ficaram os institucionais - fundações, seguradoras e fundos de investimento-, com fatia de 32,8% em comparação aos 33,8% anteriormente registrados.
A melhora de humor do mercado em outubro, com o Índice Bovespa em alta de 11,49% - melhor mês desde maio de 2009, quando subiu 12,49% -, fez com que menos investidores recorressem às operações de aluguel de ações.
O empréstimo de ações é uma operação indicada aos investidores que não pretendem vender seus papéis no curto prazo, mas querem obter um rendimento extra com eles. Se o aplicador acredita que o papel vai cair, pode alugá-lo no mercado a fim de obter um retorno fixo com ele. O doador - o dono das ações - coloca o papel para alugar e recebe um retorno prefixado de outro investidor (chamado de tomador), interessado em manter os ativos por um tempo.
Os dados da BM&FBovespa mostram que o número de operações com empréstimos de ações foi 3,29% menor que o registrado em setembro. Em outubro, o total de negócios com aluguel de ações foi de 121.132 ante 125.257 no mês anterior. A queda no número de operações trouxe também uma redução no volume financeiro, que totalizou R$ 64,64 bilhões em outubro em comparação aos R$ 61,61 bilhões no mês anterior.
Vale ressaltar que, ao emprestar os papéis, o doador continua tendo direito a dividendos e juros sobre capital próprio, além de embolsar a eventual valorização que as ações tenham na bolsa.
Outubro foi marcado também por uma redução dos investidores em fundos de índices com cotas negociadas em bolsa, os chamados ETFs (Exchange Traded Fund) no período. Os números mostram que os oito ETFs negociados na bolsa totalizaram 72.352 negócios em outubro, número inferior aos 75.740 registrados em setembro. O volume financeiro também recuou, passando de R$ 1,42 bilhão em setembro para R$ 1,37 bilhão no mês passado.
Os ETFs são indicados principalmente para os investidores que querem aplicar num fundo de ações passivo, ou seja, que busca seguir um referencial de mercado, e têm visão de longo prazo. O interessante é que essas carteiras costumam ter taxas de administração menores do que as cobradas pelas carteiras tradicionais.
Atualmente, são negociados oito fundos de índices na BM&FBovespa. O mais negociado é o Bova11, que espelha o Índice Bovespa. Os números mostram que esse ETF registrou volume financeiro de R$ 1,31 bilhão em outubro e 69.386 negócios.
A melhora do mercado acionário em outubro fez também com que o número de investidores interessados em utilizar minicontratos futuros para proteção de seus investimentos caísse. Os mínis são uma versão reduzida dos contratos derivativos negociados na BM&F. Caso acredite que a tendência é de queda da bolsa, o investidor pode, por exemplo, vender contratos de Ibovespa. Se espera uma alta do dólar, pode comprar contratos futuros de dólar.
Segundo o balanço da bolsa, foram negociados no mês passado 3.041.425 minicontratos derivativos ante 3.675.847 em setembro. Os mínis de Índice Bovespa costumam ser os mais procurados pelos investidores. O minicontato de Ibovespa futuro negociou 2.850.169 contratos em outubro ante 3.350.581 no mês anterior. Já os mínis de dólar comercial futuro totalizaram 190.120 negócios em comparação aos 323.671 em setembro.
Mas a menor aversão ao risco registrada em outubro trouxe algo positivo: os investidores giraram mais suas carteiras. O volume financeiro na bolsa em outubro atingiu R$ 142,33 bilhões no mês passado - um crescimento de 8,29% em comparação aos R$ 131,43 bilhões registrados em setembro. A média diária também cresceu: alcançou R$ 7,11 bilhões em outubro, ante R$ 6,25 bilhões no mês anterior.
Já o valor de mercado das 377 empresas com ações negociadas na bolsa somou R$ 2,28 trilhões no fim do mês, ante R$ 2,14 trilhões em setembro, referente ao mesmo número de companhias.

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