O número de contas de investidores
pessoas físicas no mercado acionário recuou pelo quinto mês consecutivo em
outubro. Segundo relatório divulgado pela BM&FBovespa ontem, o total de
contas desse segmento de aplicadores somou 588.568 no mês passado - quase 5 mil
a menos do que os 593.311 registrados em setembro. Isso significa que, apenas
neste ano, a bolsa perdeu mais de 22 mil contas de pessoas físicas, já que
havia iniciado o ano com 610.915 contas.
Essa redução fez com que esse tipo de
investidor perdesse espaço no pregão. Os números mostram que os pequenos
aplicadores movimentaram o equivalente a 20,4% do mercado à vista em outubro,
ante 22,95% no mês anterior. Já os estrangeiros mantiveram a liderança, com
participação de 35,9%, ante 33,78% em setembro. Na segunda posição, ficaram os
institucionais - fundações, seguradoras e fundos de investimento-, com fatia de
32,8% em comparação aos 33,8% anteriormente registrados.
A melhora de humor do mercado em
outubro, com o Índice Bovespa em alta de 11,49% - melhor mês desde maio de
2009, quando subiu 12,49% -, fez com que menos investidores recorressem às
operações de aluguel de ações.
O empréstimo de ações é uma operação
indicada aos investidores que não pretendem vender seus papéis no curto prazo,
mas querem obter um rendimento extra com eles. Se o aplicador acredita que o
papel vai cair, pode alugá-lo no mercado a fim de obter um retorno fixo com
ele. O doador - o dono das ações - coloca o papel para alugar e recebe um
retorno prefixado de outro investidor (chamado de tomador), interessado em
manter os ativos por um tempo.
Os dados da BM&FBovespa mostram
que o número de operações com empréstimos de ações foi 3,29% menor que o
registrado em setembro. Em outubro, o total de negócios com aluguel de ações
foi de 121.132 ante 125.257 no mês anterior. A queda no número de operações
trouxe também uma redução no volume financeiro, que totalizou R$ 64,64 bilhões
em outubro em comparação aos R$ 61,61 bilhões no mês anterior.
Vale ressaltar que, ao emprestar os
papéis, o doador continua tendo direito a dividendos e juros sobre capital
próprio, além de embolsar a eventual valorização que as ações tenham na bolsa.
Outubro foi marcado também por uma
redução dos investidores em fundos de índices com cotas negociadas em bolsa, os
chamados ETFs (Exchange Traded Fund) no período. Os números mostram que os oito
ETFs negociados na bolsa totalizaram 72.352 negócios em outubro, número inferior
aos 75.740 registrados em setembro. O volume financeiro também recuou, passando
de R$ 1,42 bilhão em setembro para R$ 1,37 bilhão no mês passado.
Os ETFs são indicados principalmente
para os investidores que querem aplicar num fundo de ações passivo, ou seja,
que busca seguir um referencial de mercado, e têm visão de longo prazo. O
interessante é que essas carteiras costumam ter taxas de administração menores
do que as cobradas pelas carteiras tradicionais.
Atualmente, são negociados oito
fundos de índices na BM&FBovespa. O mais negociado é o Bova11, que espelha
o Índice Bovespa. Os números mostram que esse ETF registrou volume financeiro
de R$ 1,31 bilhão em outubro e 69.386 negócios.
A melhora do mercado acionário em
outubro fez também com que o número de investidores interessados em utilizar
minicontratos futuros para proteção de seus investimentos caísse. Os mínis são
uma versão reduzida dos contratos derivativos negociados na BM&F. Caso
acredite que a tendência é de queda da bolsa, o investidor pode, por exemplo,
vender contratos de Ibovespa. Se espera uma alta do dólar, pode comprar
contratos futuros de dólar.
Segundo o balanço da bolsa, foram
negociados no mês passado 3.041.425 minicontratos derivativos ante 3.675.847 em
setembro. Os mínis de Índice Bovespa costumam ser os mais procurados pelos
investidores. O minicontato de Ibovespa futuro negociou 2.850.169 contratos em
outubro ante 3.350.581 no mês anterior. Já os mínis de dólar comercial futuro
totalizaram 190.120 negócios em comparação aos 323.671 em setembro.
Mas a menor aversão ao risco
registrada em outubro trouxe algo positivo: os investidores giraram mais suas
carteiras. O volume financeiro na bolsa em outubro atingiu R$ 142,33 bilhões no
mês passado - um crescimento de 8,29% em comparação aos R$ 131,43 bilhões
registrados em setembro. A média diária também cresceu: alcançou R$ 7,11
bilhões em outubro, ante R$ 6,25 bilhões no mês anterior.
Já o valor de mercado das 377
empresas com ações negociadas na bolsa somou R$ 2,28 trilhões no fim do mês,
ante R$ 2,14 trilhões em setembro, referente ao mesmo número de companhias.
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