quinta-feira, 2 de junho de 2011

TJ-SP anula falência da Nilza e empresa voltará a operar


A Câmara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) anulou ontem (31), por unanimidade, a falência da Indústria de Alimentos Nilza, empresa do setor lácteo com sede em Ribeirão Preto (SP).

A falência foi decretada em 25 de janeiro pelo juiz da 4ª Vara Cível de Ribeirão Preto (SP), Héber Mendes Batista, e estava suspensa liminarmente desde 8 de fevereiro. Na sessão da Câmara, os desembargadores aceitaram os termos da defesa dos advogados da companhia que, entre outros argumentos, consideraram ilegais as provas utilizadas por Batista para decretar a falência.
Com a decisão, Batista deverá ratificar a assembleia de novembro e a empresa passará a ser controlada pela Airex Trading. De acordo com o advogado e empresário Sérgio Alambert, dono da Airex, caso isso ocorra "em até 20 dias, a unidade de Ribeirão Preto voltará a operar com a produção de leite longa vida", afirmou. A partir da homologação da decisão da assembleia, Alambert irá depositar R$ 5,2 milhões para o pagamento de credores trabalhistas incluídos no processo de recuperação judicial da Nilza. Outros R$ 380 milhões de dívidas ainda serão renegociados.
Alambert afirmou que investirá R$ 25 milhões na retomada da produção de Ribeirão Preto - inicialmente com uma das quatro linhas de processamento de leite longa vida - e na produção de leite em pó na planta de Itamonte (MG), fechadas há um ano. Já a unidade de Campo Belo (MG) segue arrendada para a Novamix até 2016.
O empresário afirmou ter sido procurado, após o julgamento, por representantes da BRF Brasil Foods, os quais ratificaram, segundo ele, a manifestação de interesse em negociar a planta de Ribeirão Preto por R$ 60 milhões. No entanto, a proposta foi recusada por Alambert. "Não tenho interesse, porque o valor oferecido por uma unidade não consegue fazer frente ao total da recuperação judicial, que chega perto dos R$ 400 milhões", avaliou.
A Airex assumiu os 65% do capital acionário da Nilza controlados pelo empresário Adhemar de Barros Neto. Os 35% restantes estão sob o comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A matéria é de Gustavo Porto, publicada na Agência Estado, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.

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