sexta-feira, 1 de julho de 2011

Efeitos do novo padrão contábil vão além da área de finanças


RIO - A adequação ao padrão contábil internacional (IFRS, na sigla em inglês) afetou bem mais do que as áreas de finanças e a controladoria das empresas. Conforme pesquisa conduzida pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) e pela consultoria Apsis, áreas como a de TI foram quase tão afetadas quanto as que estavam no epicentro das mudanças.
A pesquisa, apresentada nesta quinta-feira em seminário promovido pela Anefac, foi respondida por 80 executivos, de cinco setores diferentes, na segunda quinzena de março. A maioria (55%) ligada a empresas com faturamento anual acima de R$ 300 milhões.
Nesse universo de empresas, 15% das mudanças provocadas pela adequação ao IFRS aconteceram em Tecnologia da Informação. Uma diferença estreita em relação aos 22% que couberam, em média, às áreas de Finanças. Em Contabilidade e Controladoria ficaram 27% das alterações necessárias à adequação.
Segundo Ana Cristina França, diretora-executiva da Anefac e coordenadora da pesquisa, “a adaptação dos sistemas para gestão das novas informações necessita de uma grande mobilização de recursos, tanto físicos quanto financeiros”.
Entre as dificuldades encontradas no processo, o despreparo dos profissionais para a adequação em um prazo de dois anos, mais curto que na Europa, onde as empresas tiveram cinco anos para o enquadramento, foi o maior desafio. A solução, no entanto, foi encontrada dentro de casa: o treinamento interno foi resposta em 34% dos casos retratados na pesquisa, quase o mesmo percentual daqueles que responderam ter buscado apoio nas orientações de auditores (33%).
Como boa parte das empresas tinha sua base nos Estados Unidos, onde predomina o padrão contábil US Gaap, recorrer à orientação da matriz no exterior foi a alternativa adotada por apenas 4% dos ouvidos.
O benefício alcançado com o esforço, no entanto, ainda é duvidoso. Entre os ouvidos pela Anefac, metade disse considerar os benefícios relevantes, ou notaram melhoria gerencial, após a adoção do padrão IFRS. A outra metade, porém, não notou qualquer benefício, ou considerou o trabalho como mero atendimento à legislação.

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